Sunday, October 30, 2005

Viagem

A viagem começou no Monte Estoril, a estação de comboios...depois subiu, subiu, subiu...


muita coisa estranha, quase mágica, pelo caminho...

Torres que nos levam ao céu da imaginação ou, pelo menos, muito alto...

e uma luz...sempre uma luz...





Monday, October 24, 2005

Espionagem descarada!

Descobri recentemente este blog. Gostei muito da sua modéstia, da desconstrução de alguns assuntos-tabu que as mulheres costumam guardar dos homens e, como amostra, resolvi surripiar um textinho para vos apresentar. O dito blog chama-se sociedadedogajedo.blogspot.com... Dêem um olhada!

"Mitos desconstruídos (n.º 1)
Eu sei que os mitos existem e alguns até devem ser preservados, caso contrário não haveria aquele fascínio que há entre homens e mulheres. Mas confesso que gosto de acabar com alguns que me aborrecem. E um deles é este:Mito n.º 1:Ah e tal, que as mulheres, quando uma das amigas tem namorado novo convocam logo reunião de emergência (qual conjunto de bruxinhas à volta do caldeirão), para discutirem o perfil completo do dito cujo, as suas intenções e mesmo pormenores microscópicos da performance do gajo na hora H. Com muitas confissões, sorrisinhos e suspiros à mistura.E até se fala muito nisto em tom ora mordaz mas condescendente, ora aprovador, como algo que reforça a coesão de gineceus por esse mundo fora.Pessoalmente, isto faz-me confusão porque acho que tenho um grupo relativamente diversificado de amigas e, na bagagem, uns valentes anos de amizades femininas, e das coisas que mais tenho gostado de ver cultivadas e respeitadas são, precisamente, a intimidade e o espaço pessoal de cada uma, antes de toda e qualquer base de registo confessional."

Friday, October 21, 2005

Breve Olá!

Ora aqui estou de volta com o Inverno. Prometo continuação da História Fabulosa, na qual estive a trabalhar, e que promete um desenlace inesperado. Prometo também actualizar o blog mais frequentemente, com coisas mais divertidas e originais (que isto da entrada do Avô Inverno no Palácio de Belém só dá para ficar ainda mais triste) e prometo dar novas do Brasil para quando lá emigrar. Tenho em mente a criação de uma comunidade irmanal, em apartamentos de luxo, com vista para o mar. Com dedicação à natureza, à contemplação, aos prazeres vulgares da vida e a uma empresa internáutica ( e outras dentadas). Quem se quiser, desde já, inscrever, basta assinar neste post!

Bem-hajam, amigos...

Tuesday, October 11, 2005

Grande Ponte!


Esta é uma ponte que contem àgua. Tem o nome de Rua das Cruzes de Àgua e constitui um canal-poente sobre o rio Elba. Faz parte de um projecto de unificação da rede de canais que cruza a Alemanha Oriental com a Alemanha Ocidental (para além de servir como meio de transporte comercial por excelência), estando localizada em Magdeburg, perto de Berlim. Demorou 6 anos a ser construída e tem 918 metros de largura. Custou cerca de 500 milhões de euros.
Não só acredito no que me dizem como no que vejo. Não acredito nisso de foto-montagens e mentiras. Para mim, são tudo boas pessoas, com boas intenções e merecedoras do Reino dos Céus...


Qualquer dia vou lá experimentar as àguas... alguém me acompanha?

Friday, October 07, 2005

História Fabulosa II

Tinha pensado em milhares de coisas durante aquele tempo de preparação da viagem. Em tudo menos na própria viagem. E isso não era nada normal com este homem. Baralhado com estas novas estranhas sensações que o acometiam, a espaços cada vez mais regulares e cada vez mais intensos, quase não se preocupara com o planeamento das malas, com o seu ordenamento na bagageira, com a música a colocar no leitor, com o número de iogurtes, bebidas e comidas para a viagem, com sacos para enjôo... tudo isso estava enublado pelas imagens fraccionadas dos seus sonhos. Nunca havia sonhado antes. Pelo menos não com tanta frequência.
Quando se apercebeu destes factos, teve de se sentar. Por uma vez na vida, deixara a azáfama para a família. Eles que se preocupassem com o resto.
Enquanto o seu agregado voava por ele, lançando esporádicas censuras ou dúvidas ou esgares estranhos, afundava-se cada vez mais na recolecção dos seus pensamentos.
Sempre fora um tipo calculista. Passara a infância em recatado e escrupuloso construir de futuros para si. Escolhera aquele que achara melhor, como podia ter escolhido um qualquer outro. Ao que parece, sempre soubera os passos seguintes da sua vida. Sempre soubera, por um qualquer mistério existencial, aquilo que queria. E sempre o conseguira. Tinha-lhe sido dada essa oportunidade. Nem sequer se perguntara do que teria de sacrificar por a merecer.
Um observador externo da sua vida diria que o Acaso havia desistido de jogar com a vida deste homem, que lhe havia dado tréguas.
O observador estaria redondamente enganado. O Acaso nunca desiste. E nunca dá tréguas definitivas.

A última mala entrara, finalmente, no carro. Conseguiram sair da cidade com relativa facilidade. Apercebeu-se que os persistentes pensamentos permaneciam na sua mente. Como uma tatuagem. Como se alguém tivesse aberto uma porta no seu subconsciente. Uma porta que nunca suspeitara existir.

Carregou no acelerador, como se nunca tivesse feito outra coisa na vida. Pela primeira vez, desejava a sensação de vertigem, de risco, de competição desenfreada com os outros. Os filhos e a mulher já não cantavam o Malhão. Ou qualquer outra canção infantil. Estavam de olhos esbugalhados, observando o ziguezaguear frenético por entre os carros, as buzinadelas, os insultos. Os putos sentiam-se excitados! Então era este o pai que não conheciam. Afinal de contas, estas férias prometiam.

Ao seu lado, a mulher sussurou

"-Querido, estás bem? Queres que conduza?"

Olhou para ela com um esgar Jack Nicholsoniano

"-Estou óptimo!"

O ponteiro indicava agora 200 quilómetros à hora.

(cont.)