Lilás, isso não se faz!
Tinha um cabelo improvável assente numa personalidade moldada em calda. De açucar. Na saia entrava, invariavelmente, a impertinência do meu olhar. Eram garridas, as saias. Como as nossas conversas, debates, discussões, calares.
Houve um dia, porém, em que apareceu de calças, careca. Olhei-a com o medo a um desconhecido. Pela primeira vez não tinha palavras para lhe dar.
"Que foi? Parece que viste um fantasma!" - disse.
Continuei sem conseguir arrancar sequer um som de mim.
"É o novo visual, não é? É isso! Está demasiado radical... Estás chocado?" - afligiu-se.
"Não", disse, sem me achar convincente", é que nunca tinha reparado antes em todo o azul dos teus olhos". Suspirei.
Houve um dia, porém, em que apareceu de calças, careca. Olhei-a com o medo a um desconhecido. Pela primeira vez não tinha palavras para lhe dar.
"Que foi? Parece que viste um fantasma!" - disse.
Continuei sem conseguir arrancar sequer um som de mim.
"É o novo visual, não é? É isso! Está demasiado radical... Estás chocado?" - afligiu-se.
"Não", disse, sem me achar convincente", é que nunca tinha reparado antes em todo o azul dos teus olhos". Suspirei.