Wednesday, November 30, 2005

Pai Nosso

Hey brother que tás no alto
Não sejas cota não sejas ralha
Aceita no teu reino a maralha
Tas a ouvir Man? Yo
Dá-nos os morfes do dia a dia
Desculpa lá qualquer coisinha
Qu'a gente perdoa-lhes também
Livra-nos do mal, livra-nos da bófia
Tu tens o power
Tu tens a glory
Agora Man
Para sempre Man
Fica cool
Tasse bem
Yo

Monday, November 28, 2005

Para uma amiga!

Tenho uma amiga que não conheço. Hoje em dia é mais fácil conhecer as pessoas não as conhecendo pessoalmente. De início estranha-se todo este processo mas, com o tempo, as coisas vão-se tornando normais, sem chegar à resignação ou ao abandono da curiosidade, as coisas são assim mesmo. Este processo tem a sua face positiva - poder contactar alguém sempre que se quer, se precisa ou só porque sim - e a face negativa - o não ver, não tocar, o exercício único da imaginação. E se calhar, até já a conheci. Quem sabe. Mesmo que já tivéssemos falado, não iria saber. Foi hoje, ao lê-la, que fiquei com vontade de a abraçar e, mesmo não a conhecendo, dar o meu carinho e apoio. É estranho. Tudo isto da modernidade é muito estranho. Como lhe disse, e espero que ela não se importe de partilhar uma mensagem que era só para ela, mas que senti vontade de partilhar com mais gente. Ou comigo mesmo... não sei. "Também opto pela indiferença, também remoo e mastigo a dor. No final, ficamos sem saber para onde a cuspir... e então engolimos".
E como dizia um apresentador qualquer, "façam o favor de ser felizes!"

Sunday, November 27, 2005

A menina da Avenida

Nem a chuva nem a poluição
dos escapes dos automóveis

conseguiram ensombrar
o seu sorriso. Mostra os

seios tímidos onde nem as
pombas se atrevem a poisar.


Jorge Sousa Braga in PORTO DE ABRIGO

Saturday, November 26, 2005

Fome de arte!







Feio é Fumar I




Espero que não vejam mais do que beleza neste post...

Feio é fumar!

Já estão na calha mais três anúncios da campanha anti-tabagística “Feio É Fumar”! A grande inovação desta segunda é a utilização de figuras públicas do panorama social português. O primeiro bloco exibe Carlos Silvino protagonizando actos de pederastia com dois menores. No final, Carlos diz “Feio é fumar!”
No segundo bloco, grupos de jovens mascarados espancam e roubam idosos que com eles se cruzam. No final do spot publicitário, o líder do grupo reitera o lema da campanha.
O último bloco apresenta três marcos da cultura portuguesa, Jorge Palma, J.P. Simões e José Cid, numa “drug party”, com inúmeros figurantes. Todos bebem e consomem diversos tipos de drogas, a imagem segue então J.P. Simões dirigindo-se para a casa-de-banho. Passado algum tempo, vêem-se as três estrelas pop portuguesas no sofá, completamente inconscientes. O tema da campanha aparece na t-shirt vomitada de J.P.
Feio é Fumar
Já estão na calha mais três anúncios da campanha anti-tabagística “Feio É Fumar”! A grande inovação desta segunda é a utilização de figuras públicas do panorama social português. O primeiro bloco exibe Carlos Silvino protagonizando actos de pederastia com dois menores. No final, Carlos diz “Feio é fumar!”
No segundo bloco, grupos de jovens mascarados espancam e roubam idosos que com eles se cruzam. No final do spot publicitário, o líder do grupo reitera o lema da campanha.
O último bloco apresenta três marcos da cultura portuguesa, Jorge Palma, J.P. Simões e José Cid, numa “drug party”, com inúmeros figurantes. Todos bebem e consomem diversos tipos de drogas, a imagem segue então J.P. Simões dirigindo-se para a casa-de-banho. Passado algum tempo, vêem-se as três estrelas pop portuguesas no sofá, completamente inconscientes. O tema da campanha aparece na t-shirt vomitada de J.P.

Monday, November 21, 2005

Poema urbano

Poema urbano para mi hermano

podeis crer com todo seu ser
na formação duma mílicia contra a malícia
da especulação imobiliária
- quero uma casa e quero-a já!

irmão
limpa bem as armas e apresenta-te
ao serviço
a guerra vai ser limpa mas brutal
apura os sentidos qu´a luta será árdua

e tu não sabes disparar uma espingarda!

mas sabes oferecer flores como ninguém...
É minha impressão ou o meu blog está cada vez mais pseudo???

Contra o aborrecimento

"Mas alguns homens desperdiçam a sua inteligência tão estupidamente como outros as suas fortunas. Afastam-se das presas sublimes como corvos bastardos, mas são águias perante vítimas desprezíveis. São mordazes e satíricos e, se a inteligência cruel é amassada em sangue, são feitos de veneno. Neles as leis da natureza confundem-se. Porque a inteligência volúvel os arremessa para baixo, enterrando-os num abismo de desprezo, condenando-os às profundezas do aborrecimento vulgar.
(...)Os ditos inteligentes, os feitos dos outros, plantam sementes de perspicácia nos homens de talento. A compreensão fá-las germinar, multiplicando-as numa abundância de vivacidade, uma colheita de inteligência.
Quanto ao bom julgamento, não precisa de defesa e fala por si próprio."

Baltasar Gracián in HERÓIS

Pederastia na Idade Imperial - sobre o amor de Adriano e Antínoo

(...)
Tanto na sua vida erótica como no seu vício alcoólico, Trajano sabia quando devia parar. Por outras palavras, tinha uma percepção aguda das exigências da sua vida pública como Imperador e conhecia os limites que elas impunham ao seu comportamento privado, como homem e como amante. O título de Optimus não foi imerecido.
Aqui estava um exemplo para o seu sucessor - um exemplo que a natureza mais caprichosa e complexa de Adriano dificilmente conseguiria seguir.

Royston Lambert

Tubarão, um blog mais que moralista...

Thursday, November 17, 2005

a bicicleta do pudor

Nunca disse nada tão estúpido como "amo-te". Nunca deixei que isso fosse sair cá para fora. Prendo muitas coisas cá dentro.
Todas as noites faço questão de olhar pela janela, olhando para a avenida imensa que desfila pela vista, espraiando-se, entrecruzando-se, tortuosa, como se de uma cor de memória se tratasse.
Coisas, coisas simples, como andar junto, falar com, ouvir a música que sai de uma velha mercearia, tudo isso faz parte desta avenida.
Nunca disse algo tão estúpido a alguém. Nem sequer a amigos que sabem coisas de mim que eu próprio vou desconhecendo.
Não tenho tempo para reparar naquilo que deve ser reparado. Houve um dia em que isso aconteceu, confesso mas, então, tinha mais tempo. Não tenho sequer tempo para a lembrar o teu nome.
Depois de andar junto, acicatado pela imensa dor de, de repente, me ver sózinho, gosto de espreitar pela janela. Pensar como até este mundo faz parte de mim. Como as pessoas fugídias são memórias desafinadas mas, só por isso, não perdem o valor.
A enorme ingratidão de ouvir esta música que alguém disse um dia gostar. A mercearia na qual costumavamos roubar uma ou duas maçãs. Tudo isto foi trincado e remoído por mim. Saboreado.
Sabe-o já.

Monday, November 14, 2005

mais exemplos da vergonha...


Biclas em prosa

O Tubarão, em viagem turística pelo mundo, captou - em primeiríssima mão para vós - imagens que revelam o uso abusivo que é feito das bicicletas... Uma vergonha!


Poema para ti

Azuliante

Este poema
começa com um homem de tronco nu
à sua mesa de trabalho e hiante
a esta hora em que de oriente a ocidente
se acendem lâmpadas trémulas e bárbaras e ferozes
e o mar é o teu nome a esta hora pétala a pétala
em que subirei de avião para ir beijar-te os olhos
e ver no meio do deserto o único
o magnífico devorador de rosas a comer um pão
enquanto do Oceano resta apenas
o silêncio de uma lágrima caindo nos joelhos de uma criança
Espera-me onde um nome há no Ar escrito com saliva azul
com raiva azul
como a urina violenta dos amantes
com a sua flor azul à superfície onde crepita a morte
Choverá muito eu sei choverá muito
e não porei uma pedra branca sobre o assunto digo
sobre o tremor de terra em que tu danças
na tua roda de cigarros cada vez mais depressa cada vez mais depressa
e lento o peixe de plumas de águia letra a letra
dá a volta ao mundo dos teus olhos
enquanto a dentadura cintilante pronuncia o grande uivo
de oriente a ocidente
Certas palavras muito duras quando a noite cai
não devem ter outra origem sabem tão bem como eu
porque agora a lava das lágrimas ao crepúsculo
são as rosas com que o poeta fala
à multidão em volta do crocodilo o animal repugnante
de costas para a luz contra o grande uivo:
de oriente a ocidente a mesma flor podre o estado
os segredos de estado as razões de estado a segurança do estado
o terrorismo de estado os crimes contra o estado
e o equilíbrio do terror
de oriente a ocidente meu amor de oriente a ocidente
Digo não Eu digo não
digo o teu nome que diz não
No entanto às portas da cidade e ao pé de cada árvore
à espera que tu chegues ou passes simplesmente
estão os grandes do império com o chapéu na mão para cumprimentar-te
Então passas tu com a lua no peito
dividindo distribuindo os alimentos
passas tu devagar atirando as moedas
que os dias não aceitam e gastamos depressa
noite mil e uma noites de quem espera
Meu amor países pátrias têm todos um nome
de letras imundas que não é para escrever
Se ainda podes ouvir o búzio da infância
ouvirás com certeza o sinal de partir
No comboio multicor sobre carris ferozes e azuis
que há mil anos dá a volta ao mundo
sou eu o homem que viaja nu porque eu sou
o arco-íris e a rosa no trapézio
e tu toda a paisagem que atravesso
como se fosse de bicicleta
como se fosse sílaba a sílaba
a primeira frase da terra
tu com as tuas luvas de amianto ao lado do vulcão
com a tua máscara de olhar a aurora boreal
de me olhares para sempre nua eu a tempestade
de coração a coração
Roda sórdida da razão cínica e canto de galos
depenados vivos que cantam nos intervalos da morte
no meu livro de horas deste século
está escrito que o homem livre fará o seu aparecimento
sob a forma de um cometa de cauda fascinante
que arrastará os amorosos até ao centro do mundo
donde partirão na rosa-dos-ventos e este será o sinal

Friday, November 11, 2005

Grande azar!


Ok, isto não é originalmente meu. Foi lido numa revista mas, depois de tanto rir, apeteceu-me partilhar as minhas gargalhadas convosco. É a história do Pedro, um jovem que, no dia do seu último exame da Universidade, deve ter acordado bem-disposto, sem saber muito bem o que lhe iria acontecer nesse dia.
Levantou-se cedo e, como de costume, começou por fazer a barba. E, como sempre fazia, usou da sua navalha. Ficou com alguns cortes na cara mas, como tinha a mania de que era durão, usou álcool num pedaço de algodão, passou-o pela cara e mandou-o para a sanita. Faltava ainda descarregar os intestinos e fumar um cigarrito. Sentou-se na sanita, acendeu o cigarro e mandou o fósforo para a sanita.
O que é que costuma acontecer quando se mistura álcool, algodão e fósforo? Pois é, ao sentir o calor no rabo, levantou-se. Ao fazê-lo, bate com a cabeça no puxador do autoclismo e cai para o chão. Ao ouvir tanto barulho, a senhoria, com quem Pedro vivia, resolve entrar. Depara-se com ele deitado com a cara ensanguentada e, por isso, resolve chamar os bombeiros. Quando estes chegaram com a maca, o Pedro já havia recobrado os sentidos. Resolveram levá-lo na mesma. Ao descerem as escadas, o Pedro contou-lhes o sucedido e os bombeiros, de tanto rirem, deixaram-no cair. Resultado: partiu uma perna!

É preciso ter mesmo muuuito azar!

Tuesday, November 08, 2005

Eu, Tubarão, me expurgo!

O pessoal que consulta este blog, basicamente a minha avó e um amigo presidiário, têm feito algumas críticas relativamente à progressão do mesmo. Dizem "Tubarão, pá, tens de fazer alguma coisa, pá! O pips anda a apanhar brutas secas quando consulta esta cena!"
Pensei que havia elevado a fasquia das expectativas a um patamar com o qual já não conseguia ou não queria ou não podia acompanhar. Melhor pensado que dito. A resposta foi, à semelhança da famosa réplica bochechistica: "olha que não, Tubarão... olha que não!"
Tentei dar um toque mais pessoal e menos sarcástico a esta espécie de diário internáutico. Mostrar um pouco mais dos meus interesses, partilhar a minha alma. Fugir, enfim, de todo o propósito inicial que despoletou a criação desta cena. Não estou a conseguir (meus dois) bons amigos. Poderia justificar-me dizendo que a minha existência tem sido complicada, ultimamente mais cheia de baixos do que altos. Poderia afirmar que a sacana da minha inspiração e o escasso sentido-de-humor que possuo me abandonaram...mas não o vou fazer. Porque não seria completamente sincero. Porque seria derrotista. Porque assim a Joana não quererá ir comigo ao Teatro. E porque isso, caraças, não parece nada algo meu! Sinto-me fraquejar perante a perspectiva de fracasso. Mas não vou desistir. Por vocês. Por mim. Afiarei ainda mais os dentes na crítica mordaz. E se não conseguir melhorar, pois que piore!

Faça-se, cumpra-se, diga-se...

Vocês serão os juízes...

Lisboa que amanhece...no Séc.XIX






Pergunta para queijinho: conheceis esta cidade?







Sunday, November 06, 2005

Strip Presidencial!


Uma jovem estudante norueguesa de 19 anos resolveu promover a sua campanha para a Associação de Estudantes (aquilo a que os noruegueses chamam de "russ") fazendo um "strip" total, na Atlanten High School de Kristiansund, há duas semanas atrás.

Esta ocorrência ganhou ainda mais publicidade e impacto porque alguém colocou o vídeo da performance online. A TV 2 Nettavisen, estação de notícias do burgo, chegou mesmo a colocar um link para aceder ao vídeo, no seu site.
O director Gunnar Stavrum apoiou esta medida, afirmando que "a história já era pública. A performance ocorreu em público. O vídeo é de interesse público. Ilustra a intensidade da luta pelo "russ". Para além disso, seria um pouco estranho escrever sobre algo sem mostrar o vídeo", afirmou. O link foi, posteriormente, retirado da notícia.

A Presidente do "Russ", Louise Garhol declarou à mesma estação que compreendia todo o burburinho em volta desta história, afirmando que o "strip" foi apenas uma entre inúmeras proezas. "Há dois anos atrás, houve um rapaz que foi ainda mais longe". Mas sem dar tanto nas vistas...

Olha lá se a moda pega...teriamos o Cavaco, esse exímio trepador de bananeiras, em pleno Elefante Branco, promovendo a sua campanha de pelota. Ou o Soares, gingão, abanando o bundão...ou o Alegre declamando nú suas poesias...que pensamentos horríveis!!!

Bem vistas as coisas, a rapariga nem era de todo mal-feita.
Bem vistas as coisas, estes noruegueses são loucos!